Ouvi o grito de dor de um homem
Que falava a verdade, mas ninguém se importava.
Botando pra fora tudo que sentiu na pele,
Mas ninguém lhe dava ouvidos não...
Quinta Feira - Charlie Brown Jr.
Eu não tô afim e nem consciente o bastante pra escrever hoje, sinceramente. Drogada, bêbada, frustrada e deprimida. Tá, nada além do normal, mas multiplica isso por todas as vezes em que eu comi durante esse feriado, aí sim vão perceber que não estou bem. Mas, deixa eu contar só uma coisa...
Há 1 hora atrás, eu fui ali no boteco (que graças a Deus, existe em frente a minha casa) comprar mais bebida, enfim... Eu sou o tipo de pessoa que converso com todo mundo, desde gente fina e elegante, até bêbados e mal vestidos. Afinal, somos todos seres humanos. Então, um dos bêbados no boteco, sentado numa mesa, me disse a seguinte frase: "Poxa, minha filha, como você emagreceu". Detalhe: Ele mal me conhece, nunca antes me dirigiu alguma palavra sóbrio (se é que um dia, esteve sóbrio). Eu o respondi da forma mais natural possível: "É impressão sua". Mas ele insistiu: "NÃOOO! Você emagreceu sim. Tô ruim, mas tô enxergando bem". Eu, que já estava dentro do bar, voltei e me sentei com ele em sua mesa, do lado de fora. Pedi uma cerveja e começei a papear com aquele senhor caindo de bêbado. Os demais do bar zoaram, tentaram desviar minha atenção daquele senhor, mas mesmo assim, entre um gole e outro, ele me contou alguns de seus problemas. Quase não entendi o que ele disse e apenas concordei com tudo que ele falou. Depois, deixei uma cerveja paga e atravessei a rua em direção ao meu portão. Antes de entrar em casa, ele gritou ao que pude ouvir: "Ei, garota, obrigada. E se cuida!". Acenei um "Tchau" e entrei com minhas garrafas pensando nessa vida, louca vida..
Cada um vive e supera seus problemas como pode, como lhe convém. Hoje eu conheci mais uma pessoa que vive um dia de cada vez, da maneira que quer, como pode... Mais uma pessoa que cansou dessa idéia vaga de paraíso que insisti em nos perseguir, apenas mais uma. Essas pessoas, derrotadas ou não, entregues ou não, são as que mais conhecem a dor de perto. As que mais sabem falar de vida e principalmente, as que mais sabem enxergar o que está na cara de todo mundo, mas ninguém vê. Ou simplesmente, fingem não existir. Eu não sei falar de vida, mal sei o que é vida. Só sei que não queria essa minha!
Acho que já posso parar de escrever por aqui...
Desculpa gente, eu sei que falo muita merda!
Um beijo pra quem lê ♥
Ps: NF desde às 23 horas!
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