terça-feira, 21 de junho de 2011

Isso não costumava machucar antes...

 
Agora você descansará sua cabeça de novo?
Você acaba se sentindo na maior parte morto
Fingindo ser o último
Escondendo com seus olhos bem fechados
a caminho do hospital
Hospital - The Used
 
Não, eu não morri. Sim, sou eu mesma quem voltou para relatar o que me aconteceu. Sábado eu roubei uma cartela de medicamentos para hipertensão da minha tia, tomei alguns comprimidos e saí com meus amigos. Sabe quando você coloca na cabeça que vai fazer besteira? Pois é, isso junto com minha ansiedade não resultou em algo muito bom. Já que eu tenho pouco me importado, não pensei muito antes de fazer a doideira toda. Estava no centro enchendo a cara de energético e whisky, quando do nada meus amigos decidiram mudar o programa (até então íamos para uma cidade vizinha) e no final, percebi que foi melhor assim. Liguei pra algumas pessoas, fiz alguns contatos sem meus amigos desconfiarem e pronto. Subimos para uma boate aqui na cidade mesmo, lá encontrei com essas pessoas com quem falei no celular momentos antes e depois... Bom, me lembro de estar no banheiro feminino sentindo muito frio, me olhando no espelho com uma cara péssima. Depois da primeira carreira, não me lembro de muitas coisas com nexo. Consegui, saí de mim então, e dessa vez doeu demais, não fisicamente e sim, emocionalmente. Desapareci, mas ainda estava lá. Quando voltei, meu irmão estava do meu lado na emergência, meu soro pingava devagar e eu chorei por estar viva, por submeter meu irmão à essa decepção. Ele não me disse nada, só que meus amigos ligaram pedindo que ele fosse até lá, pois segundo eles, eu não queria que minha mãe me visse naquele estado. No caminho de volta, pedi que me levasse para a casa dele, pois não queria encarar minha mãe e suas perguntas. Eu precisei cair, pra me levantar mais forte e afiada. Precisei chegar ao fundo para entender que não é isso que eu quero pra minha vida. Meu irmão conversou bastante comigo depois, no fim disse que vai marcar uma consulta com o psiquiatra da minha cunhada por conta dele, que não se importa em ter que gastar o dobro se for pra me ajudar a sair dessa e muitas outras. E só quando ele disse isso, eu pude chorar de novo. Ele me abraçou, e eu agradeci em pensamento por ter um irmão que se importa comigo, aquele que eu chamava inocentemente de "Papai" quando era criança. O que eu respeito e defendo, ainda que nossas idéias não sejam as mesmas... 

 
D.
meu irmão,
me desculpa!
E muito obrigada por 
simplesmente EXISTIR!


 
 
"Depois em violenta frustração,
ele questiona a Deus ou a ninguém
Há algum sentido naquela loucura
e em tudo que ele era?
É só uma tragédia"
Poetic Tragedy - The Used
 
 

3 comentários:

  1. Olá!
    Vi seu blog no orkut!
    Estou te seguindo.
    Ainda bem que deu tudo certo :)
    Um abraço.

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  2. Graças que deu tudo certo.
    mas sinceramente, tenho vontade de fazer a mesma coisa, misturando substâncias sem me importar com o resultado. Só me falta coragem...
    grande irmão!

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  3. Sim meninas, deu tudo certo. Mas no fundo, eu queria que não desse =/ E coragem não me falta de tentar de novo, de novo e de novo... Motivos pelos quais eu ainda acordo com um sorriso amarelo: Mãe, Irmão e Sobrinho! O resto, bem.. é resto!

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