segunda-feira, 30 de maio de 2011

Não é viver, e sim... Sobreviver!


De um instante pra outro, ele se ajeitou no meu colo não aguentando mais aquela onda e aquele frio que cortava minha sala de estar sem pedir licença. Eu também estava distante em silêncio, ouvindo o som da madrugada invadir todo o local sem que percebessemos ou pudéssemos fazer alguma coisa. Ele estava próximo demais, afim de pegar todo calor do meu corpo para o seu, ao mesmo tempo em que tentava passar todo seu calor para o meu. Num dado momento então, ele pôde ouvir a melodia que sai de dentro de mim em dias de luta, aqueles em que eu permaneço vazia e feliz. Percebi que ele ouviu, apesar de não se manifestar de imediato. Foi como se eu estivesse com seus ouvidos, sempre é assim. Ele entendeu do que se tratava, eu esperei até que enfim, ele resolveu dizer algo:
Dann: Seu estômago...
Eu: ...
Dann: ... Ta gritando socorro!
Eu: ...
Eu não pude responder. Talvez eu devesse lhe dizer que eram aplausos, há tempos atrás eu diria isso a qualquer um. Hoje em dia, não mais. A garota inocente deu lugar a uma mulher madura, que sabe exatamente o que está fazendo e como está fazendo. Mesmo fingindo não saber, tão pouco não se preocupar. No fundo, a gente sempre sabe onde e como tudo isso vai acabar se continuarmos. O que dói é não querer se livrar das vozes internas que clamam nosso nome para morrer aos poucos. O que dói mais ainda, é gostar de morrer aos poucos. É não saber para o que veio, porque veio. É não mais entender o motivo pelo qual abre os olhos todos os dias. É não dar a mínima para uma vida que, por puro descaso, despeito ou quem sabe destino, se perdeu em si mesma. Não é viver, e sim... Sobreviver!

Perdão Deus... Eu me perdi;
Desculpa Mãe... Minha heroína;
Desculpa D.Filho... Minha luz;
Desculpa amigos... Meus melhores;
Desculpas, é só o que peço...

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